Eixo 1

AMPLIAR A DEMOCRACIA INTERNA, A GESTÃO PARTICIPATIVA E O BEM-ESTAR NO AMBIENTE DE TRABALHO

Os processos de escolha de dirigentes universitários/as atravessam a maior crise democrática da história recente do Brasil. Tal crise também perpassa o nosso ambiente interno. Integra a análise de situação que pudemos realizar, a avaliação preliminar de que a “falta de democracia interna e de participação na gestão da universidade” e a “falta de transparência na distribuição de cargos e uso de recursos” são os nossos principais problemas, com graves consequências para o futuro da UFSB.

Em poucas palavras: nossa “Alta administração” é pouco afeita ao embate democrático-participativo no processo decisório, como quando na instrução e condução dos processos administrativos com alta relevância na estrutura e política didático-pedagógica da UFSB: reestruturação; abertura ou fechamento de cursos - IHACs sem BIs; pautas levadas ao CONSUNI, ainda que Colegiados e

Congregações tenham se manifestado contrariamente ao fechamento ou migração desses cursos; tempo exíguo para análise e discussão de pautas; além da falta de vontade para realizar o 2o Fórum Social e o 1o Congresso Acadêmico, o que tem afetado o desenvolvimento institucional. Na defesa da nossa proposta de trabalho, afirmamos o nosso compromisso com o diálogo com a comunidade acadêmica e com a democratização da gestão universitária, colocando-nos a serviço de uma democracia institucional de alta intensidade, assumindo a participação como prática permanente de construção da democracia interna, assim como da participação comunitária nos processos internos, por meio do diálogo com as mais diferentes forças sociais, ampliando, assim, a agenda de participação social dos grupos e comunidades sociais presentes nos territórios em que estamos inseridos.

Nessa direção, faz-se necessário adotar uma postura de "escuta ativa" da comunidade interna, com atenção especial aos temas que impactam diretamente a vida dos vários segmentos, isto é, fazer uma escuta verdadeira sobre as “questões que importam”, além de avançar na descentralização e na criação de instâncias participativas para apreciação dos projetos que sejam estruturantes, didático-pedagógicos e/ou administrativos. Realizar escuta ativa é a principal estratégia para envolver toda a comunidade acadêmica.

Ações propostas:

A. Valorização das instâncias de gestão acadêmica, com escuta qualificada (ativa e acolhedora quanto às deliberações das instâncias constituídas);

B. Diálogo permanente com as entidades representativas da comunidade (DCE, Núcleos estudantis, Sindicatos, Representações no CONSUNI);

C. Transparência na distribuição de cargos e uso de recursos;

D. Coerência entre discurso e prática e respeito ético e normativo na propositura e condução de processos institucionais;

E. Garantia do diálogo intercampi na construção das políticas institucionais;

F. Ampliação da participação dos segmentos docente, discente e TAE no CONSUNI, com redução do poder de voto da Reitoria (o que inclui as pró-reitorias) para permitir mais espaço para outras representações;

G. Garantir a participação íntegra, equitativa e democrática de discentes nos espaços deliberativos da UFSB e fomentar, nesse segmento, a criação de ações de ensino-pesquisa-extensão-cultura que contribuam para seu desenvolvimento mas que também para o avanço, estudo, entendimento e disseminação do conhecimento na sociedade;

H. Implementação do Congresso Interno e do 2o Fórum Social Estratégico como instâncias de participação social na construção e acompanhamento do Plano de Desenvolvimento Institucional (PDI), visando escutar a comunidade interna/externa;

I. Fortalecimento da Ouvidoria da UFSB, de modo que possa atuar de forma técnica e independente.


Eixo 2

DEMOCRATIZAR O ACESSO À UNIVERSIDADE PÚBLICA E APOIAR A PERMANÊNCIA DE ESTUDANTES RESIDENTES NO TERRITÓRIO

Entre os anos iniciais da criação da UFSB e os anos mais recentes, presenciamos uma mudança radical nos diversos âmbitos da vida do país. Sofremos os efeitos constritores do orçamento público por força da Emenda Constitucional 95; o avanço do conservadorismo com ataques explícitos à liberdade de cátedra; o ataque à democracia comunitária das nossas universidades com a nomeação de dirigentes com apoio minoritário nos processos de escolhas internas. Tudo isto agrava o quadro de ataques ao multiculturalismo que nos constitui, ao anti racismo como política pedagógica permanente em todas as dimensões da vida institucional e, às políticas de ações afirmativas que asseguram o acesso e permanência de grupos sociais historicamente excluídos.

Integra a análise de situação que pudemos realizar, a avaliação preliminar de que, se por um lado, persiste a dificuldade de acesso de jovens da região à educação superior pública e de qualidade enquanto ampliou-se o risco de evasão no atual contexto político-institucional (cortes e contingenciamento de recursos pelo Governo Federal) e sociossanitário (pandemia de Covid com grande impacto social, sobretudo nas camadas populares), por outro, registra-se uma ausência de reflexões sobre permanência estudantil por parte do Ministério da Educação. No caso da UFSB, acrescente-se a redução da Formação Geral e modelo de ingresso de estudantes dos CUNIs exclusivamente às licenciaturas, o que reduz as opções para estudantes da região que escolhem esse meio de acesso à Universidade.

A diversidade e o compromisso com as políticas de ações afirmativas marcam o devir da nossa universidade no cenário brasileiro e nos territórios de identidade localizados nas regiões Sul e Extremo Sul da Bahia. Nosso modelo institucional originário busca traduzir para o presente as melhores sínteses dos paradigmas universitários inspirados na expansão das instituições públicas de ensino superior articuladas com as Redes da Educação Básica, assim como, comprometidas com a participação popular e intercultural nos seus modos de produção do conhecimento.

Nessa perspectiva, propomos, neste Eixo, ações que assegurem a persistência das boas práticas já existentes na nossa universidade, além de apresentar estratégias inovadoras no enfrentamento dos desafios do presente, relativos à ampliação do acesso das “maiorias minorizadas” à universidade e à permanência, visando reduzir a evasão e a retenção.

Ações propostas:

A. Criação de programa permanente de combate ao racismo no cotidiano acadêmico;

B. Fortalecimento e expansão das políticas de ações afirmativas vigentes.

C. Consolidação da rede CUNI e avaliação, por indicadores quali-quantitativos, antes de se discutir qualquer alteração na configuração da rede já implantada;

D. Regulamentar uma política institucional de integração com a educação básica, com ênfase na rede CUNI;

E. Ampliar o acesso à educação superior por meio da rede CUNI, em busca de condições isonômicas e equitativas, mais próximas da ambiência universitária encontrada nos campi;

F. Ampliação das ações de ensino-pesquisa-extensão-cultura que se realizam na rede CUNI Anísio Teixeira, por meio de programas institucionais dos IHACs e Centros de Formação, com apoio político e orçamentário institucional;

G. Ampliação do diálogo com docentes/gestores da educação básica que trabalham nos Colégios da rede CUNI;

H. Direcionamento das TICs para incrementar e aperfeiçoar os CUNIs;

I. Acolher ingressantes e apoiá-los/as na sua adaptação;

J. Ações de mobilidade acadêmica, assistência estudantil e diálogo docente-discente;

K. Investir nas pessoas e em equipamentos para assegurar a permanência estudantil nos três campi e na rede CUNI;

L. Otimização da aplicação dos recursos em equipamentos que assegurem a qualidade dos processos de ensino-aprendizagem.


Eixo 3

INTEGRAR-SE AO TERRITÓRIO E APOIAR O DESENVOLVIMENTO REGIONAL, PRIORIZANDO OS POVOS ORIGINÁRIOS E POPULAÇÕES TRADICIONAIS

Deselitizar a universidade e o ensino superior não é tarefa simples, mas nosso compromisso prioritário deve ser com os povos originários, quilombolas e demais comunidades tradicionais dos territórios de abrangência da UFSB, para que esta possa vir a ser uma Universidade efetivamente popular, produzindo saberes globalmente e localmente relevantes e pertinentes, assim como contribuindo com a redefinição da geopolítica do conhecimento, a partir de uma perspectiva do Sul global.

O processo de formação exige discussões acerca dos desafios atuais presentes na sociedade brasileira que afetam os modos de vida das comunidades, em especial, daquelas populações mais vulneráveis dos territórios (quilombola, ribeirinha, indígena, negros e pobres). Neste sentido, precisamos convidar o povo a conhecer a universidade que é dele! 

Integra a análise de situação que pudemos realizar, a avaliação preliminar de que é grande a desarticulação da participação política da sociedade na UFSB e a pouca visibilidade da UFSB na região, traduzindo uma incipiente capilaridade junto à comunidade regional. Consolidar e fortalecer a UFSB como universidade do Sul e Extremo Sul da Bahia é uma tarefa que exige: adotar uma postura de "escuta ativa" da comunidade externa, com atenção especial - mas não exclusiva, aos temas que impactam diretamente ao público da UFSB; reconhecer e valorizar o contexto territorial da Universidade, e; fomentar o diálogo com os diversos saberes.

Ações propostas:

A. Apoiar o desenvolvimento regional por meio de ações de integração social, como investir na extensão e em política de comunicação qualificada e direcionada, produção de conhecimentos e desenvolvimento tecnológico;

B. Investir na política editorial da universidade com maior autonomia na divulgação da produção de conhecimento no ensino-pesquisa-extensão;

C. Priorizar a consolidação dos cursos existentes. Dadas as restrições orçamentárias atuais, devem-se priorizar propostas apresentadas no documento conjunto dos IHACs, como a oferta de segundas graduações e/ou oferta de licenciaturas para quem tem apenas bacharelado;

D. Realizar o 2o Fórum Social da UFSB;

E. Necessidade de maior integração da Universidade com o território, por meio do Conselho Estratégico Social (CES) e outras instâncias e meios;

F. Criar instâncias/espaços de diálogo com a comunidade e sociedade externa (Fóruns de Diálogo entre a Universidade e a Sociedade Sul Baiana);

G. Integrar órgãos e personagens da sociedade civil nas atividades da UFSB;

H. Fortalecer parcerias com instituições de ensino superior locais, estaduais, nacionais e internacionais;

I. Avaliar a viabilidade da oferta de cursos para a população do campo.

Eixo 4

FORTALECER A PRODUÇÃO DE CONHECIMENTOS E A FORMAÇÃO GRADUADA E PÓS-GRADUADA INTERDISCIPLINAR

A UFSB é portadora de um Modelo Acadêmico inovador, pouco conhecido pela sociedade e que sofre resistência da própria comunidade acadêmica. Em 2020, houve uma tentativa de "extinguir" os IHACs. Mesmo tendo fracassado na tentativa, a atual gestão não reconhece a autonomia destas unidades, nega a elas o direito de ofertar bacharelados interdisciplinares ou de manter esses cursos abertos; desestimula o desenvolvimento de programas de pós-graduação lato sensu; esvaziou a Formação Geral, tornando-a sem propósito, e; retirou dos IHACs suas atribuições nos CUNIs. Pode-se dizer, numa palavra, que os IHACs estão “desprestigiados”.

O modo de pensar fragmentário e linear, produz conhecimentos que, transformados em ação,podem aprofundar ainda mais os problemas concretos da sociedade. Neste sentido, faz-se mister fortalecer a interdisciplinaridade, a articulação e o diálogo entre as diversas áreas de conhecimento dos cursos ofertados pela UFSB na perspectiva da “ecologia de saberes”, ampliando espaços coletivos de reflexão, proposição e avaliação das práticas educativas. O trabalho interdisciplinar favorece a apreensão sistêmica e crítica dos múltiplos determinantes que compõem as expressões das questões sociais, sejam elas situações de violência, pobreza, injustiças e desigualdades sociais.

Nesse sentido, nossos esforços serão de garantir uma formação humanística, interdisciplinar,intercultural e crítica, incentivando o desenvolvimento de práticas educativas que busquem vinculação, reciprocidade, interação e complementaridade entre as várias disciplinas das diferentes áreas do conhecimento, como as Humanidades, Artes, Ciências e Saúde, no plano teórico e na práxis, e que atendam as complexidades fenomenológicas da formação e práticas educativas. Uma prática concreta nas atividades de ensino, pesquisa e na ação social, de modo que os currículos expressem esse movimento, por meio de componentes curriculares, projetos de pesquisas e de extensão, com valorização também dos princípios educativos que constituem os documentos institucionais da UFSB.

Na mesma direção, pretende-se fortalecer os processos formativos estratégicos pactuados pelas instâncias competentes, como Colegiados e Congregações, como pólos responsáveis pela produção de ações articuladas com as demandas do território, além de estimular o debate sobre a relevância da formação interdisciplinar na UFSB. Quanto ao regime acadêmico da quadrimestralidade, assumimos o compromisso de debater, junto com toda a comunidade acadêmica, acerca das melhores soluções para a instituição. Entendemos que uma alteração desse regime nos traz inúmeros desafios, mas não por isso iremos nos furtar a debater esse assunto.

Ações propostas:

A. Consolidação dos projetos institucionais e das políticas intercampi dos Centros de Formação e IHACs;

B. Promover formação, pesquisa e extensão de caráter interdisciplinar, intercultural e interepistêmico;

C. Respeito às normas regimentais da UFSB e à atribuição/competência das instâncias deliberativas constituídas, como Colegiados e Congregações das Unidades Acadêmicas, como, por exemplo, na solicitação ao CONSUNI para a abertura ou fechamento de curso;

D. Fortalecimento do projeto de formação interdisciplinar dos Centros de Formação e IHACs por meio dos cursos compatíveis com o modelo institucional;

E. Apoiar a criação de uma política indutiva de oferta de cursos de pós-graduação lato sensu, como meio para o fortalecimento da pós-graduação stricto sensu em áreas nas quais ainda não há cursos nessa modalidade;

F. Construção de fóruns de debates, estudos, práticas, abordagens, formações e avaliações interdisciplinares na UFSB, com realização de eventos regulares;

G. Incentivar a realização de eventos de caráter nacional e internacional, para inserir a UFSB no circuito internacional e nacional de intercâmbio científico;

H. Reestruturar e efetivar, no âmbito da Assessoria de Relações Internacionais, a viabilização de intercâmbios internacionais de estudantes, TAES e docentes, além de outras possibilidades inerentes a essas parcerias.

Eixo 5

COMPROMETER-SE COM A FORMAÇÃO DOCENTE E COM A EDUCAÇÃO BÁSICA QUE SE REALIZA NA REGIÃO SUL E EXTREMO SUL DA BAHIA

Um valor inegociável desta chapa é o nosso compromisso com a melhoria da Educação Básica regional, contribuindo desta forma também para a redefinição do papel da Educação Superior no Brasil. Nesta direção, consideramos fundamental o apoio e priorização efetiva à Educação Básica na região: formação de professores/as, realização de projetos com a rede de educação básica;fortalecimento das licenciaturas interdisciplinares e da formação continuada de professores/as e da Rede Anísio Teixeira de Colégios Universitários.

Desde o início da sua implementação, a UFSB investe na composição de licenciaturas interdisciplinares afins com o paradigma de organização da aprendizagem e do conhecimento instituído pelo ENEM (Exame Nacional do Ensino Médio), com o acréscimo inovador da criação de Licenciatura Interdisciplinar em Artes e suas Tecnologias.

Somos uma das poucas universidades brasileiras que, além de reunir todas das áreas do conhecimento correspondentes aos programas curriculares oficiais vigentes, já conta com conhecimento, tecnologias educacionais e competências gestoras que nos habilitam a cooperar em processos formativos que atendam aos desafios propostos pelos planos municipais, estaduais e nacional de educação, assim como na organização do trabalho pedagógico demandada pelas atuais reformas educacionais brasileiras.

Ações propostas:

A. Fortalecimento do papel dos IHACs nas políticas de formação docente, na articulação com a Educação Básica e inovações pedagógicas da UFSB; 

B. Interação sistêmica com as Redes da Educação Básica nas regiões do Sul e Extremo Sul da Bahia;

C. Realização de formação inicial e continuada de professores visando apoiar a educação básica do sul da Bahia;

D. Reconhecer e valorizar o papel das licenciaturas interdisciplinares com relação à rede de educação básica;

E. Agregar e discutir a viabilidade de ações previstas no documento conjunto dos IHACs, em torno da oferta das segundas graduações e oferta de licenciaturas para bacharéis/bacharelas;

F. Melhoria na qualidade da atenção e na relação com os CUNIs e seus territórios;

G. Atração de docentes com perfil para atuação nos cursos ofertados nos CUNIs;

H. Verificar, junto à sociedade, possível demanda para oferta de LIs no turno diurno.

Eixo 6

COMPROMETER-SE COM “MAIS CULTURA” NA UNIVERSIDADE

A cultura é elemento-chave para a divulgação da UFSB na região; por outro lado, a própria existência da nossa Universidade tem como fim o reconhecimento e a valorização da diversidade cultural do território e de seu potencial. Entretanto, integra a análise de situação que pudemos realizar, a avaliação preliminar de inquietante ausência da dimensão cultural nas políticas da universidade e a percepção de termos uma universidade tecnocrata e “desencantada”. Para uma mudança de rumo, são ideias-força: ter a Cultura como eixo transversal e inerente à função social da universidade, extrapolando o tradicional tripé Ensino-Pesquisa-Extensão e avançando numa perspectiva de inserção da dimensão cultural na base universitária (+CULTURA).

Ações propostas:

A. Fortalecer os grupos de pesquisas e extensão, coletivos artísticos e culturais, programas de bolsas estudantis;

B. Efetivação da Política de Cultura da UFSB com a valorização de fóruns e comissões de cultura;

C. Elaboração e efetivação orçamentária para a implementação do Plano Plurianual de Cultura;

D. Parceria com as escolas que sediam os CUNIs para implantação de Pontos de Cultura no espaço escolar;

E. Firmar e fortalecer parcerias com prefeituras e governo do Estado para revitalização e possibilidades de gestão coparticipativa, como em curadorias, de espaços culturais ociosos nas cidades nos territórios de abrangência da UFSB;

F. Incremento das estruturas físicas direcionadas para atividades culturais (espaços de sociabilidades, salas de aulas, laboratórios);

G. Apoio e estímulo à criação de espaços de documentação e memória da presença dos territórios na vida institucional da universidade.

Eixo 7

ONDE ESTAMOS E PARA ONDE QUEREMOS (E PODEMOS) IR “JUNTES E MISTURADES”: AVALIAÇÃO E PLANEJAMENTO INSTITUCIONAL PARTICIPATIVOS

Integra a análise de situação que pudemos realizar, uma avaliação de precariedade do planejamento institucional, sem métrica própria para desenvolvimento institucional. Observar os processos de construção da UFSB, levantando, analisando e debatendo dados relevantes, mas também escutando e construindo com os atores envolvidos em cada dimensão, é algo que não tem sido realizado devidamente até aqui. Enquanto chapa, pensamos a avaliação e o planejamento qualificado dos processos de transformação - com embasamento em estudos e numa maior participação da comunidade interna e externa, para além das exigências burocráticas e formais, mas como algo crucial para acompanharmos a coerência entre os princípios e finalidades que nos orientam e as ações concretas, as formas do que construímos ao longo dos anos, e nos comprometemos a implementar, nos referenciando na ideia de monitoramento e avaliação participativa de ações/políticas públicas.

Ações propostas:

A. Aprimorar a articulação entre planejamento e avaliação, dinamizando a Comissão Própria de Avaliação (CPA) e suas funções institucionais;

B. Monitoramento e avaliação da implementação das políticas públicas da UFSB;

C. Análise crítica dos dados institucionais, como no PDI e sua efetiva implementação e avaliação;

D. Articulação e escuta dos movimentos sociais e CES, para levantar se e como atendemos as expectativas e confirmar ou redefinir rumos e estratégias;

E. Acolhimento da comunidade, com discussão de políticas de transporte, alimentação e moradia.


Eixo 8

O QUE FAZER HOJE (E AMANHÃ QUANDO FOR HOJE) PARA ALCANÇAR NOSSAS METAS:DESCENTRALIZAÇÃO, PARTICIPAÇÃO E TRANSPARÊNCIA NA GESTÃO

Além do quadro de pessoal incompleto, integra a análise de situação que pudemos realizar, uma avaliação de que falta participação na gestão acadêmica e administrativa) e transparência na distribuição de cargos e uso de recursos, o que pode ser observado na verticalização das políticas institucionais; concentração de processos decisórios, segregação ascendente entre as dimensões administrativas e pedagógicas, nesta ordem; centralização orçamentário-financeira e administrativa na reitoria e pró-reitorias; falta de comunicação e cooperação entre os setores e divisão social hierarquizada do trabalho dos servidores da educação, com pouca valorização do trabalho técnico-administrativo, observando-se em situações-limite até mesmo uma inferiorização do lugar e formas de atuação dos TAEs.

No âmbito da gestão acadêmica, é evidente a falta de estudos, escuta, planejamento e de uma visão integral na hora de realizar mudanças e o avanço de um modelo EAD centralizado na PROGEAC. No atual contexto de pandemia e ensino remoto, observa-se a falta de domínio das metodologias de aprendizagem (ativas e mediadas por TIC) por docentes, gerando sofrimento psíquico e perda de qualidade. Há uma queixa de burocracia excessiva e concentração de decisões além de uma fraca e mal realizada gestão de acordos internacionais efetivos para mobilidade acadêmica e outras possibilidades de parcerias.

Para uma mudança de rumo, faz-se necessário pensar o ensino superior para os desafios do futuro e fortalecer o tripé Ensino, Pesquisa e Extensão + Cultura no âmbito da graduação (cursos de 1o e 2o ciclos) e pós-graduação. São ideias-força: o planejamento e gestão participativa e transparente; descentralização da gestão e ampliação da autonomia dos Centros de Formação e IHACs.

Ações propostas:

A. Descentralização administrativa e ampliação da autonomia das unidades acadêmicas quanto à definição de prioridades para o uso de recursos financeiros, atualmente excessivamente concentrados na Reitoria;

B. Investimento na formação continuada de gestores em serviço;

C. Assegurar melhores condições de assistência aos Decanatos, Congregações e Colegiados de curso;

D. Fortalecimento das negociações para recebimento de códigos de vagas TAE do MEC e investir permanentemente na melhoria da qualidade dos cursos existentes;

E. Implementação da Comissão de Acompanhamento do Plano de Carreira TAE junto à PROGEPE;

F. Ampliação da participação de servidores/as TAEs na gestão das políticas institucionais;

G. Valorizar o protagonismo de TAEs na elaboração, implementação, acompanhamento e avaliação das políticas institucionais nas diversas Comissões e Conselhos;

H. Incremento na política de formação e capacitação com incentivo aos programas de pós-graduação; programas de internacionalização etc.;

I. Instituição dos Núcleos de Apoio e Inovação Pedagógica, com participação ativa das Unidades Acadêmicas;

J. Desburocratizar e descentralizar decisões dos colegiados de curso.


Eixo 9

FINALIZAR E EQUIPAR AS ESTRUTURAS PREDIAIS E CONSTRUIR PLANOS DE ACESSIBILIDADE E DE MOBILIDADE ACADÊMICA

Integra a análise de situação que pudemos realizar, uma avaliação bastante negativa no que diz respeito às estruturas prediais e planos de acessibilidade e mobilidade acadêmica: estrutura física inacabada, falta de equipamentos adequados e de verbas para manutenção dos mesmos, e inexistência de informações ou cronograma efetivo para finalização das obras e mudança de prédio no CJA e do CPF, assim como a retomada das obras no núcleo pedagógico do CSC. 

Quanto à acessibilidade, inexistem Informações ou Plano de Retorno às Atividades Presenciais relativo a estrutura física e acessibilidade nos campi da UFSB nem projetos estruturantes que viabilizem a acessibilidade ao campus CJA. O prédio da reitoria está apartado da comunidade acadêmica e, no caso de Itabuna e Porto Seguro, os campi estão longe demais da área central da cidade, agravado pela falta de um transporte organizado, sendo, portanto, excludentes. Registra-se, além disso, descontinuidade do investimento na inclusão digital.

Para uma mudança de rumo, são ideias-força: planejamento da estrutura física e de soluções de acessibilidade nos campi da UFSB e disponibilização de um cronograma realista para entrega das obras em curso nos três campi. No caso dos desafios de mobilidade especialmente para o CJA e CSC, propomos pactuações com as respectivas prefeituras para assegurar o transporte escolar para estudantes em vulnerabilidade e transporte público regular para a comunidade em geral, por meio da adaptação de linhas existentes e/ou criação de novas linhas.

Ações propostas:

A. Priorizar a adaptação de salas de aulas adequadas (aeração, distância entre as carteiras etc.) e com acessibilidade nos campi;

B. Ampliar a ocupação de espaços públicos nos centros urbanos em que os campi estão localizados em regime de cooperação com os municípios;

C. Viabilizar transporte para deslocamento da comunidade universitária até os campi por meio de estratégias próprias e parcerias com prefeituras; negociação permanente com as empresas de transporte coletivo nas cidades;

D. Informação à comunidade acadêmica e construção de um Plano de Retorno das Atividades Presenciais com recomendações relativas à estrutura física e acessibilidade nos Campi da UFSB;

E. Informação à comunidade acadêmica para além de fotos aéreas dos edifícios, com cronograma efetivo para entrega das obras nos campi CJA e CPF, assim como de retomada do núcleo pedagógico no CSC;

F. Construção de um Plano de acessibilidade aos campi da UFSB;

G. Valorizar e promover a participação de pessoas com deficiência nas instâncias que lidam com acessibilidade e inclusão (Núcleo de Acessibilidade e Inclusão);

H. Implementação de apoio psicopedagógico e letramento tecnológico de estudantes.

Eixo 10

ENTENDER-SE COMO "INSTITUIÇÃO EDUCADORA", QUE APRENDE NO PROCESSO

Integra a análise de situação que pudemos realizar, a avaliação de que temos dificuldade em reconhecer as debilidades do projeto originário e compartilhar uma certa dificuldade de escuta da comunidade interna e externa, o que pode traduzir tanto uma postura paternalista quanto autoritária.

Pode se revelar pouco produtivo seguir pensando na Universidade Ideal em vez de um programa que nos aproxime de uma universidade melhor da que temos. Para uma mudança de rumo, são ideias norteadoras: a prática constante da escuta, sempre que estejam em jogo temas que impactam diretamente na vida dos sujeitos internos/externos; a valorização da experiência concreta de todes atores que fazem a Universidade, evitando a dicotomia entre inovadores e conservadores; criar meios de interação ao interior da comunidade, promovendo qualidade de vida social e psicológica, desconstruindo o individualismo crescente em nossa sociedade.

Ações propostas:

A. Congresso anual e fóruns periódicos entre gestão e segmentos na base;

B. Criar uma comissão de acompanhamento do processo de implementação do projeto da UFSB em seus vários aspectos.

A elaboração desta plataforma de gestão foi realizada por muitas mãos e revela o esforço coletivo para a construção de uma UFSB cada vez mais democrática, justa, diversa e de excelência.


Queremos que todes participem!

Contribuições serão bem-vindas e podem ser enviadas ao

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